Archive for abril 2010

A Menina de Vento


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A menina de vento 
que não tinha talento,
não tinha nada
exceto sua vontade de rimar.
Voar rimas pelo mundo surdo
seus versos rimados 
melodias sem rumo
nos ouvidos infestos
da vida daqueles
que a deixavam entrar.



Ela não para de pensar,
De crer que tudo a sua volta
Há de escorrer e passar...

Ela caminha dia e noite
Procurando algumas peças de reposição,
Com admiração repoe seu bom senso,
Por tantos contra tempos
A menina procura saídas,
Descaminhos por vicio de viceras.

Ela é quase como o vento,
Passa, esvoaça,
Passa e bagunça
Teus cabelos.

O que ninguem sabe
É que a menina assim como o vento
Leva consigo todos os sintomas do tempo.

Vento dificil essa menina,
Dificil de se ver, 
Vento muito fácil de se sentir.
De se perceber!!
 

V the Brabuleta

Paralelepípedos Ziguezagueados


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Procurando um caminho
mais fácil para chegar ao trabalho.
As ruas que ziguezagueavam paralelepípedos,
pequenas montanhas de asfalto
com encalços de faixas brancas e sinais sucintos.

Achei uma conversa boa quando ele me disse:
“Você é louca?” Porque não muda a rota?
Pega outra porta,
não importa se com o andar as tortas,
mude a distinção.

Na minha rua tem passarinho de gaiola,
velha chata de roupão,
cachorro bobo e caminhar em linha reta de admiração.
Ando mais,
perco menos,
tanto faz,
não tenho pressa...

V the Brabuleta