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Sonhos de um corpo sem alma


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Vomito minhas entranhas, cuspo sangue negro, corto meus pulsos numa busca incessante de sentir vida...vida...vida...

O que é a vida? Respirar?


Respiro morte e expiro dor...dor da perda de mim mesmo.

Tomo café, tomo café quente, tomo café frio tentando manter acordada a mente que só dorme. Adormecida, anestesiada pelo álcool, por substancias e pela falta de pensar.

Tento tocar, tento socar, tento correr, porem membros atrofiados por falta de ações diárias me impedem de agir.

Falar...Ah sonho que falo, que possua dialogo, que canto, que assobio, que me entendem . Do sonho acordo num pesadelo.
Tenho língua presa, tenho má dicção , sou gaga, cortaram minha língua, sou muda, não sei a língua dos sinais, perco a voz dentro de mim e enfim grito ao surdos.


Ver...não posso ver, nunca vi, não existe sol, nem lua, nem céu apenas um buraco negro no qual me jogo pensando acabar com tudo e ele me cospe de volta pro mundo que tenho nojo e asco.

Não vejo caminhos que passei, não vejo lugares que vou, não vejo rostos. São todos iguais, são todos os mesmos...me tocam. Sei que tocam, mas não sinto. Só queria sentir... Me corto de novo não há dor.Sangue...sangue ainda tenho sangue, ainda estou viva.

Porque não morre esse corpo, inanimado esse ser que possui um coração que não mais ama, desaprendeu, foi cristalizado. Bate todo dia compassado, jamais perde o ritmo.
Esse corpo que só pede um fim a procura torturante de uma alma.


08/07/08