Archive for maio 2010

Hoje venho lhes falar...


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Hoje venho lhes falar de estrelas, arco-íris e da poesia da ciência pelos olhos de Marcelo Gleise.

A poesia da ciência

Hoje não olhamos para os céus com a mesma reverência que outrora. E isso é uma pena!
Ao nos distanciarmos dos céus, nos distanciamos de nossas origens e, por conseqüência, de nós mesmos. Esquecemos que viemos todos das estrelas, literalmente. Esquecemos que todos os elementos químicos que compõem nossos corpos, nosso planeta e tudo à nossa volta originaram-se em estrelas que desapareceram há bilhões de anos, espalhando seus restos mortais -a matéria que existe no Sistema Solar, do carbono ao urânio- como se semeassem um jardim.

Esquecemos que a vida só é possível porque o Sol supre a energia que a alimenta. Sabemos hoje que nossa matéria veio de estrelas vizinhas já extintas e que a energia que a anima vem de outra, o Sol. Existimos por causa disso, por causa dessa ligação entre a matéria e os céus.

Algumas pessoas acham que entender os céus, explicá-los através da ciência, é tirar sua mágica. Esse tipo de critica não é novidade: os poetas românticos do século 19, por exemplo, achavam que ao explicar um arco-íris como sendo resultado da difração da luz solar por gotas geladas d'água em suspensão na atmosfera, sua beleza ia embora, difratada pela razão. Mas será? Imagine essas gotas geladas, pequenos prismas cristalinos flutuando pelo céu, incontáveis diamantes recebendo a luz do Sol, separando-a em suas freqüências visíveis, trabalhando juntos para criar um fenômeno de incrível beleza. Será que o arco-íris ficou mais feio? Eu diria que ficou mais bonito. Ao entendê-lo, nos aproximamos dele. Sua beleza nos inspira a entender ainda mais. E, quanto mais entendemos, mais bonitas as coisas ficam. Essa é a poesia da ciência.

Texto por Marcelo Gleiser

Não quero lembrar


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Semana estranha, fui invadida por sentimentos não coerentes. Se é que existe coerência no sentir.
Estado de tristeza sem causa aparente, diagnóstico?
Nostalgia...melancolia.
As vezes eu queria ser autista, acho que quando criança era um pouco. É uma forma de proteção não criar relacionamentos. Se não os começasse nem teria o problema de não saber lidar com eles.
A diferença da nostalgia pra saudade é que a mesma não cessa, jamais!
Tenho comigo muito dela, costumo deixa la escondida.
Ela me engana as vezes, dizendo que vai embora e eu acredito como criança inocente que ainda sou.
Ela sempre volta, dessa vez voltou com tudo.
Segunda: Me fez ver rostos do ano passado por todos os cantos, frases ditas rodeavam minha mente
Terça: Me deu sonhos confusos a noite e acordei querendo fugir para a praia, só para passar o dia deitada ou rolando na areia e brincando a beira mar, como quando tinha cinco anos.
Quarta: Disse ou melhor gritou, que agora tudo podia ser diferente se eu não houvesse sido covarde. Se tivesse um pouco de coragem em mim eu não sentiria tanta solidão.
Quinta: Jogou na minha cara que eu vivo deixando tudo e todos para atrás assim que me saturo temporariamente dos mesmos, os troco por outros. Depois quero de volta, não consigo e coloco a culpa nas próprias pessoas ou no destino.
Sexta: Fez uma viagem comigo pelo ano de dois mil e seis e eu quis muito ficar lá, em alguns meses específicos ate com os sofrimentos que tive.
Sábado: Definitivamente me guiou a caminhos que não passava a anos, meus passos seguiram sem eu mesmo pensar, apenas visualizando todas as cenas em flashback, vaguei e divaguei ate chegar novamente em casa com a certeza de que não faço ideia do que quero ou do que sou.

Dionísias urbanas


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Me descobrir apaixonada! Encantada! Ate ludibriada...pelo silencio nos seus caminhos e na sua bela contradição, me enfeiticei também no seus mais variados sons, barulhos e melodias.
Me perdi olhando para todos os diferentes tons e nuances das luzes e porque não também pela ausência dos mesmos, o escuro que me traz medo, adrenalina. Prova inegável
de que ainda há vida em mim.
Me prendi nas amarras de seus mistérios , seus milhões de rostos, semblantes, olhares e estilos.
Me mexi no ritmo frenético de suas canções em passos não ensaiados e individuais.
Me vi nos desenhos que se formam na fumaça saindo de suas bocas.
Me entorpeci. Ah! nos mais variados sabores que você pode oferecer, faz me bem, faz me esquecer de pensar e faz me deixar de ser eu.
Se você não existir de vez em quando em minha vida, eu não encontro sentido em acordar todos os dias dos sonhos confusos de olhos abertos.




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SEM MAIS...

Campainhas Mudas


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Cada dia que passa sinto mais ódio, mais vontade de gritar...
De minha garganta escapa gemidos tristes de palhaço em corda bamba.
Por vezes a sorrir e chorar!
Alegrando para não desperdiçar vida...
O palhaço que aqui habita é fruto do impeto da sabotagem.
De se esconder as magoas, declarar vida quando se espera nada.
O silêncio pratico de vizinhos me toca campainhas mudas,
se acordo com gritos pelo caminho sem voz me pergunto por nós.
E respondo, sempre a sós!

V "a" Brabuleta