ATENÇÃO! Se você perceber que isso não PASSA DE UMA MENTIRA, uma distorção dos fatos reais não se preocupe, seu conceito é pura coincidência e nada a de valer por aqui (6).
- CARALHO, PUTAQUEPARIU, MINHA MOCHILA. IPI-IPI-IAIRRO!
Foi assim que as palavras saíram atropeladas enquanto tentava me segurar em algum ferro que não estivesse solto do ônibus.
Como muitos sabem e aqueles que não sabem, por favor, não queiram saber... Os ônibus de Mauá City além de caros são desprovidos de segurança alguma.
Tudo começou quando resolvi marcar de fazer trabalhos na casa de uma amiga em Mauá. Levantar cedo, pegar um ônibus, depois pegar um trem e depois pegar outro ônibus já se tornava uma rotina ruim para meus sonhos de padaria.
E foi em um dia desses que a encontrei na estação:
- Oi Luci, como vai?! - Carregava comigo além da cara de sono e cabelo despenteado minha bolsa da sorte.
- Oi Van! - Seus olhos caíram sobre a mochila enquanto ela esboçava um sorriso sonolento.
- O que foi?! - eu disse olhando por cima do ombro.
- Não está na hora de você trocar essa mochila?! Se é que podemos chamar isso de mochila - Ela riu sarcasticamente!
- Ah! Você não é a primeira pessoa que me traz essa infeliz noticia. Mas sabe como é, a preguiça fala mais alto que o conforto! - Eu disse enquanto observava as alças da bolsa presas por apenas alguns fios desfiados que deixavam a bolsa útil e um buraco enorme do qual eu depositava as pequenas coisas sem a necessidade de abrir o zipper. Tão prático!
Confesso que minhas habilidades de luta livre foram de incrível ajuda na tentativa de entrar no ônibus repleto de gente estranha e violenta. Esse talvez seja o efeito que o final de ano causa nas pessoas que se tornam irritavelmente mais tensas e tentam de todas as formas chegarem as promoções de final do ano no centro da cidade, mesmo que para isso alguém morra no percurso.
Após muito sacrifício sentamos em dois bancos do ônibus velho. Passou-se quase vinte minutos em meio a conversas que passavam de assuntos aqui e ali e foi quando o transporte fez uma curva daquelas que você se despede da vida em alguns segundos achando que o motorista vai enterrar a locomotiva em alguma vala profunda das montanhas.
Olhei para a mochila acomodada em meu colo, segurei o ferro a frente com toda a minha força enquanto olhava para a janela, o coração palpitando de medo de sofrer e voltei a olhar para a mochila...
- Caralho, putaquepariu, minha mochila?!!!!
- O que foi?! - Luci interveio apavorada enquanto tentávamos nos segurar durante a curva que durou alguns terríveis segundos.
Quando olho a infeliz bagagem havia literalmente voado do meu colo para a porta na tentativa imbecil de "picar a mula", mas por salvação da pátria a porta estava fechada.
Primeiro eu senti medo, depois senti a impossibilidade da situação e em seguida comecei a rir histericamente.
- MELDEUS, ELA ESTA TENTANDO SE MATAR! - gritei aos prantos provocados pelo riso.
Tentando me segurar de todo o jeito escalei os ferros até a porta e peguei a bolsa de volta. A escalada de volta ao meu assento foi ainda pior, pois já estávamos passando por outra curva esburacada.
Sentei e comecei a rir fazendo carinhos na bolsa:
- Calma fiá, calma! Eu vou te aposentar não há a necessidade de sumir com meus documentos, dinheiro, livros, agenda, escova de dente favorita, baratas, sacolas de supermercado vazias e guarda-chuva que não me pertencem. SE QUER SE MATAR? SE MATE VAZIA!
Luci ria loucamente, não se sabe se do ocorrido ou da louca que conversava com sua bolsa aos prantos!!
Depois do fato estranho tentei-me a ir no Extra comprar uma mochila nova e pretendo realizar a cremação da antiga em algum campo aberto para lhe dar descanso eterno e muita paz. #OREMOS!!
- SE TIVER BARATA NO INTERIOR DESSA DROGA DE MOCHILA QUE QUEIME NO SANTO FOGO DO INFERNO!!
É foi isso!
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A tacada final!
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provavelmente a bolsa sabe o quão terrivel vc é,
assassina de joaninha e agora tentou matar a bolsa.. como não conseguiu essa proeza..fingiu q a bolsa tentou se matar um plano quase perfeito
vc pode enganar a muitos mas não a mim !!huashuas